Uma homenagem neste Dia das Mães
O Dia das Mães é uma data para celebrar o carinho, a dedicação e a força dessas mulheres que, muitas vezes, colocam as necessidades dos outros acima das suas.
Mas também é um momento importante para refletirmos sobre as dificuldades enfrentadas por quem é mãe e trabalha fora de casa — ou tenta voltar ao mercado de trabalho depois da maternidade.
Infelizmente, muitas mães enfrentam preconceitos, injustiças e até humilhações no ambiente profissional.
Vamos entender melhor quais são esses desafios e o que a lei diz sobre isso.
Assédio moral: quando a mãe é tratada de forma desrespeitosa no trabalho:
Depois que uma mulher volta da licença-maternidade, ela pode se deparar com um ambiente hostil. Isso pode incluir:
- Comentários maldosos, como “agora ela vai viver faltando” ou “vai trabalhar metade do tempo”;
- Ser deixada de fora de projetos importantes;
- Cobranças excessivas e injustas.
Tudo isso caracteriza assédio moral, que é quando a pessoa sofre humilhações ou perseguições repetidas no trabalho.
Isso é proibido por lei e pode gerar indenização por danos morais.
A dignidade da pessoa humana é protegida pela Constituição Federal (art. 1º, inciso III).
E quais soluções possíveis nesse caso para resguardar o direito da Mãe:
- Criar canais internos nas empresas para denúncia anônima de assédio.
- Promover treinamentos com líderes e equipes sobre respeito e igualdade no ambiente de trabalho.
- Aplicar punições reais a quem pratica condutas abusivas.
Falta de oportunidades para crescer na carreira depois da maternidade:
Muitas mulheres relatam que, depois que viram mães, pararam de receber oportunidades que recebiam antes:
- Não são mais consideradas para promoções;
- São trocadas de cargo sem justificativa;
- Deixam de ser convidadas para cursos, viagens e eventos profissionais
Isso acontece porque existe um preconceito de que a mãe não vai se dedicar ao trabalho como antes.
Essa visão é errada e discriminatória.
A nossa Constituição garante o direito à igualdade (art. 5º), e impedir o crescimento de uma pessoa só porque ela tem filhos é injusto e ilegal.
E quais as soluções possíveis nesses casos:
- Implementar políticas claras de crescimento profissional, com critérios objetivos.
- Garantir que a avaliação de desempenho seja justa e livre de estigmas sobre maternidade.
- Estimular o retorno gradual ao trabalho, com apoio psicológico e mentoria.
Dificuldade para conseguir emprego por ter filhos:
Algumas empresas ainda perguntam, em entrevistas, se a mulher tem filhos ou se pretende ter. E, se ela responde que sim, muitas vezes nem é chamada para a vaga.
Esse tipo de pergunta é discriminatória e não pode ser usada como critério para contratação.
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), no artigo 373-A, proíbe qualquer distinção baseada em sexo, estado civil ou situação familiar.
E quais as soluções possíveis nesses casos:
Fiscalização mais rígida nas práticas de seleção de empresas.
- Campanhas educativas para empregadores sobre direitos trabalhistas e igualdade de gênero.
- Inclusão de cláusulas antidiscriminatórias em contratos e processos seletivos.
Falta de apoio e estrutura para conciliar maternidade e trabalho:
Mesmo quando a mulher consegue voltar ao trabalho, muitas empresas não oferecem o mínimo de estrutura para que ela possa exercer a maternidade com dignidade:
- Não há creches conveniadas ou auxílio-creche;
- Não existem salas de amamentação;
- Os horários são rígidos e não permitem flexibilidade para levar a criança ao médico, por exemplo.
E quais as soluções possíveis nesses casos:
- Oferecer creches nas empresas ou auxílio-creche mensal.
- Criar horários flexíveis ou regime híbrido (parte presencial, parte remoto).
- Garantir espaços adequados para amamentação.
- Permitir saídas justificadas para acompanhar consultas médicas dos filhos.
E o que mais pode ser feito?
Além dessas melhorias dentro das empresas, o poder público também pode ajudar com medidas como:
- Incentivos fiscais para empresas que adotam boas práticas com mães trabalhadoras;
- Ampliação da rede pública de creches;
- Criação de campanhas nacionais de combate à discriminação pós-maternidade;
- Apoio à saúde mental das mães, inclusive no ambiente profissional.
Cuidar de quem cuida é uma responsabilidade de todos:
Ser mãe é uma missão nobre, mas que muitas vezes vem acompanhada de sobrecarga, preconceito e invisibilidade.
Precisamos mudar essa realidade.
Valorizar e respeitar a mulher que é mãe — dentro e fora do trabalho — é um passo fundamental para construirmos uma sociedade mais justa, humana e acolhedora.
Neste Dia das Mães, mais do que flores e homenagens, que tal começarmos uma conversa sobre respeito, inclusão e direitos?
Porque quem cuida também precisa ser cuidada.